quinta-feira, 10 de julho de 2014

A síndrome do "tá comprado" na Copa do Mundo.



Quando perde, foi bem feito, culpa do PT, erro no esquema tático. Quando ganha, tá armado, combinado, comprado. O brasileiro e sua eterna condição de tirar os méritos, os próprios ou dos outros. É a síndrome do “tá comprado”.
                
            Wagner Ribeiro, empresário do craque Neymar, esbravejou nas redes sociais, dizendo que a culpa de tudo isso era mesmo de Felipão, a quem chamou de “velho rabugento, arrogante, prepotente”, entre outras formas gratuitas de deturpação.
                
            Pois a culpa, caro Wagner, é puramente de pessoas como você. Gananciosos que trabalham para transformar o futebol em uma máquina de dinheiro. Nada contra vossa pessoa afinal são apenas negócios.

            A cifra é mais importante que o brasão. Isso constrói futilidade e vaidade desnecessária, moldando jogadores mais preocupados com o corte de cabelo, selfies e a repercussão das rodas de samba. Em um país que nada em corrupção, um habitat natural.
                
            No futebol agora tudo é imagem, marketing. #somostodosenganados
                
            Até a mobilização dos jogadores da seleção por Neymar era uma ação patrocinada pela Sadia. Querem que o seu sentimento se foda. Dinheiro no bolso e lágrimas falsas no rosto. Se não acredita, olha aqui.

Mostramos ao mundo muito mais do que um país desestruturado, com conflitos internos e constante desorganização. Mostramos ao mundo nosso patriotismo frágil, com amebas que pagam 2 mil reais em um ingresso, cantam o hino à capela (porque está em alta) e abandonam o estádio antes do fim do primeiro tempo.
                
            Esses 7 a 1 representam muito mais do que uma eliminação. Representa a escassez, a miséria, a pobreza, a violência, a fome, a saúde e a educação. Um gol pra cada falha. Mas isso é chover no molhado. Nosso único gol é o fato de reconhecermos isso.
                
            A Alemanha não tinha humilhado um país assim desde a Segunda Guerra Mundial.
                
            Galvão Bueno, atônito durante a transmissão, não encontrava palavras e passava o microfone pro Ronaldo, o Fenômeno, ex-maior atacante de todas as Copas, que também não teve o que dizer. Parece um grande time jogando contra um time de juvenis. E era.

Vimos uma seleção que já joga junta há seis anos, com jogadores experientes e preparados para a pressão, contra um time de garotos verdes e emocionalmente enfraquecidos, onde 90% nunca havia disputado uma Copa do Mundo. Sete foi é pouco.

Agora na TV tudo vai girar em torno da derrota brasileira, das lágrimas do novo galã da Malhação, David Luiz, e esse pesadelo vai demorar pra ser esquecido. Não porque foi trágico, mas porque o plano é justamente esse. Querem que você sofra e se alimente no fundo do poço, enquanto esquece tudo que acontece por trás da máfia das siglas, seja PT, FIFA ou CBF.


O Brasil saiu dessa Copa, mas essa Copa não sai do Brasil.


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