Alô criançada, o Bozo chegou!

O Bozo era um palhaço que marcou a minha vida, com muita diversão, alegria e energia. Mas que energia aquele palhaço tinha apresentando seu programa de TV, heim? Descobri o motivo só anos depois.

O Bozo era viciadaço em cocaína. Apresentava o programa assumidamente – tempos depois – cheirado. Ou você acha que a expressão “Mais louco que o Bozo” se referia às exageradas doses de café?

Isso explica porque ele fazia tudo de um jeito tão acelerado, pulando que nem um maluco ao lado da Vovó Mafalda e cantando: “Alô criançada, o Bozo cherôuuu...”. O Bozo foi o único palhaço com o nariz branco que eu conheci.

Na realidade estamos falando do último Bozo, dos cinco que existiram. O primeiro falava muito palavrão, os outros três não gostavam de criança. Então veio o último, praticamente um aspirador de pó.

“Vamos começar nosso programa com a brincadeira do ...... peraí que eu vou ali e já voltoooo”, e sumia. Ficava o Papai Papudo e o Vovó Mafalda: “Porra Bozo, de novo?”.

Dali voltava: “Volteiiii, agora é a brincadeira do bolicheee amiguinhoo. Ganha quem derrubar mais pinooss. Falando em pinooss... eu vou ali e já voltooo”, e sumia de novo.

“Porra Bozo, de novo?”, reclamavam mais uma vez.

“Volteii amiguinho essa foi a brincadeira do boliche e, enquanto eu vou ali e já volto a gente assiste um desenho: Pó Peye!”.

Além do vício em drogas, sua vida ainda foi prejudicada por excesso de álcool e muitas, mas muitas mulheres. Sexo e promiscuidade, literalmente descabelando o palhaço. E vira e mexe ainda ouço alguém dizer: “Fulana dormiu com o Bozo ontem”. E anteontem também.

Porra Bozo, de novo?

Em uma entrevista que ele concedeu a alguns anos pro Notícias Populares, ele conta que de tanto cheirar o nariz sangrava. Podia até cantar a música com conhecimento de causa: “Ai meu nariz, ai meu nariz, ele parece muito mais chafariz”.

E ainda tinha a cara de pau de pedir pras crianças darem uma bitoca no nariz dele. Soube de um caso de um moleque que não dormiu por três dias depois de dessa bitoca.

Além da bitoca, o safado ainda perguntava a idade, pedia um carinho e emendava um subliminar dá, dá, dá. Pedofilia descarada. Vamos analizar a letra da música “Bitoca no meu nariz”:

Preste atenção nesse jogo
 ele é muito gostoso
e é pra valer.

Quem for o mais animado e o mais agitado
 é o que eu vou escolher.

Chega pra mim bem pertinho 
diz quantos aninhos que você tem
.

Vamos brincar, corre corre 
me faz um carinho, que faz tanto bem.

Dá uma bitoca no meu nariz 
que você vai me fazer feliz.

E na careca também,
 cheira o cangote meu bem.
 Dá uma bitoca no meu nariz.

Dá, dá, dá, dá, dá, vê se dá!

Porra Sílvio Santos. Como deixou isso acontecer? Tudo bem, era menos apelativo que a banheira do Gugu, reconheço.

Hoje em dia o intérprete do Bozo está bem. Entrou pra igreja e não cheira mais. Os outros ainda não gostam de criança.

            

            E agora o SBT vai voltar com o programa do Bozo, mas desta vez com outro intérprete. Vão pegar um maconheiro agora, pra diminuir o ritmo do programa. “E aí criançada, vamos começar esse programa com a maior positividade, muita vibe com a brincadeira do..... qual a brincadeira, agora?”.

A música de abertura seria um reggae.

“Alô criançada, o Bozo queimou, mais um e a pontinha guardei pro vovô..."

Pra fechar com chave de ouro, a melhor homenagem já feita ao palhaço Krusty brasileiro: