quinta-feira, 27 de março de 2014

Um jogo de dar pena




Ontem fui ao Morumbi ver o jogo do São Paulo e secaram até a água das privadas. Serviço encomendado. Macumba!!

Imagina uns 10 caras que encararam uma feijoada completa, com torresmo à vontade, 3 caipirinhas e 6 cervejas (cada um), se levantaram da mesa e entraram em campo. Foi o time que eu vi ontem.

Saí derrotado, com sono e pensando: "Amanhã eu tô fodido". Juro que achei que hoje estariam me enchendo o saco.

E estão! Fdp's!

-       - O São Paulo caiu!
-       - Vai pra puta que pariu!

Me agrada a rima.

Enquanto uns zoam, outros apenas observam.



O Facebook parece o programa do Neto e as piadinhas idiotas infestam minha timeline. Uma Pena. Polense. Aliás um baita de um time. Pelo menos ontem agiu como um.

Dou risada e participo, não tem o que fazer. Vi meu time ser campeão do Brasil, das Américas, do Mundo, mais de uma vez. Três. Aqui é TRICOLOR!!  Já tive meus momentos de socar a tela do computador, mas parei depois que vi o quanto custa uma nova.

Mas tem gente que soca gente, e achando que não vale nada.

EU AVISEI QUE IA DAR MERDA.

As torcidas organizadas são como vírus que destroem o futebol. Se instalam aos poucos, se multiplicam e vão deteriorando a célula por fora. Quando você se dá conta, sente vergonha de ver gente ostentando o mesmo manto que o seu. E tem bastante gente boa, viu? Advogados de porta de cadeia, engenheiros de boca de fumo, administrador de tráfico, praticante de tiro ao alvo aleatório e lutadores de pedaços de pau. Entre outros.

Quando essa podridão de gente espanca até o morte um torcedor de outro time, num ponto de ônibus, sozinho, vítima de emboscada, trabalhador e pai de família, a gente imagina qual é o limite que divide o futebol. Em que momento ele deixa de ser um esporte pra virar uma doença? Uma Pena. Polense.

Não deu outra. Espancaram um torcedor do São Paulo ontem, do mesmo jeito e com as mesmas barras de ferro que levaram a vida do pai de família. Tá internado no Hospital das Clínicas. Vai sobreviver pro Round 2.

Agora ficou pau a pau (embora são paulinos evitem essa expressão). Preferimos no zero a zero. Toma Lá Dá Cá! Violência gerando violência, o povo gerando pânico e a mídia exagerando. Gera medo. Gerasamba.

Mas eu sei que pra alguns o jogo ainda não tá empatado. Afinal um morreu e o outro só tá internado. Empatado mesmo não está. Está, mas não está. Está?

Estando ou não estando, corro o risco de amanhã ser espancado por um bando de marginal vestindo algum ”manto sagrado”. Algum imbecil que enxerga minha cara como uma tela de computador, dentro da garantia.

Ou vou encontrar por aí outra manchete manchada de sangue com o mesmo vermelho que tinge o escudo do meu time.

Uma Pena.


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